Lucrécia Mccarthy

O dicionário traz diversas traduções para a palavra ágape, entre elas a mais comum está quando diz-se que o termo é uma das quatro palavras que descrevem o amor para os gregos. ágape, philia, storge e eros. ao longo de nossas vidas somos afortunados o bastante para conhecer um ou dois dos quatro amores, alguns de nós são mais do que isto. raros são aqueles que abrem seu coração de forma a aceitar não só os quatro amores, como também os dar a terceiros. alina mccarthy foi este tipo de raridade, o primeiro amor que conheceu forma o ágape, o amor divino, o amor incondicional que tinham por seus deuses, amor que foi uma das principais razões para ter segurado firme as coisas quando a noticia de que teria quíntuplos chegou a seu conhecimento. a mccarthy não tinham nada luxuoso para oferecer aos cinco bebês, mal conseguia manter a todos, ainda sim segurava as pontas como podia, com amor e carinho, sem deixar as alegres crianças saberem da verdadeira situação da grande família do campo irlandês.

Storge, o amor familiar, entrou na equação ao ver os filhos crescerem com toda a ingenuidade e alegria que uma criança poderia ter, brincando e dançando como se nada pudesse lhes atingir e por vários anos isto foi a mais pura verdade, nada poderia atingir as crianças mccarthy. quando levados a prisão foi quando tudo mudou, para todos na verdade, mas para lucrécia a única garota entre gêmeos tudo foi pior, mais intenso, mais chocante. a vida no campo era cercada por inocência e sorrisos sinceros, já na grande ilha tudo era cheio de segundas intenções, sorrisos maldosos, olhares maliciosos…e lucrécia não demorou para aprender as regras do jogo, seus sorrisos foram de inocentes para controlados, os olhos de fascinados para curiosamente interessados, a menina aprendeu logo a manipular, a enganar, a ler os desejos profundos de todos que a cercavam. com o tempo na prisão lucrécia começou a se tornar ambiciosa, sempre querendo mais do que suas mãos podiam segurar.

Foi quando conheceu haymitch stoyanova, um filho de caos disposto a lhe dar tudo que queria em troco de sua…companhia. no começo o sentimento de culpa e sujeira era constante na mccarthy, mas com o passar do tempo lucrécia não ligava mais para as intenções de haymitch com seu corpo juvenil, tudo que ela ligava ela para os presentes caros que ganhava do russo. e é claro que não demorou para o russo querer mais, que se casasse com ele, e a pequena mccarthy, por mais que gostasse do luxo não podia aceitar deixar seus irmãos. na verdade sequer cogitou a ideia antes de negar veemente o pedido do russo, o que lhe acarretou uma bela punição. haymitch nunca havia lhe batido antes, mas no momento em que a pesada mão do russo tocou a delicada face da mccarthy tudo estava selado. lucrécia esperou que haymitch descontasse sua raiva em seu frágil corpo, e quando o russo adormeceu não pensou duas vezes antes de lhe esfaquear.

Se restava um pingo de inocência em sua alma de anjo havia se esgotado ali mesmo. o sangue manchava sua mão e sua mente entrou em pane. lucrécia sabia que tinha que se livrar do corpo, que tinha que arrumar um álibi, havia muitas coisas que tinha que fazer para não ser pega por aquele crime, porém tudo que conseguia pensar era em ligar para seus irmãos. e foi exatamente isto que fez, quando os gêmeos chegaram em socorro de lucrécia encontraram uma menina devastada chorando com uma convincente história de que haymitch havia lhe violentado e que ela apenas havia se defendido. sua história foi comprada conforme o esperado e os cinco mccarthy trataram de formar um plano para que a garota não fosse culpada pelo crime.

Tudo parecia finalmente esquecido, águas passadas, quando andreas kaiser entrou na vida de lucrécia, a menina não demorou muito para cair nos encantos de andreas, não…era mais que isso. uma obsessão louca pelo líder se formou na mente de lucrécia e aonde quer que andreas fosse lá estava lucrécia com seu sorriso apaixonado pronta para satisfazê-lo de qualquer forma que fosse necessária.